No mundo realmente invertido, o verdadeiro é um momento do falso. Guy Debord- A sociedade do espetáculo

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Das motivações em alimentar um blog

Saudações!

O espetáculo ainda mente e por isso não podemos parar!
Espetacular é a sociedade em que as relações sociais são fundamentalmente mediadas por imagens.

O que significa isto? Sabemos que uma das características da sociedade capitalista é valorizar o ter em detrimento do ser. Na fase espetacular do capitalismo, contudo, é o parecer que se torna mais importante que o ter. Esta é a sociedade do descarte - que tem no vazio da busca incessante pelo prazer sua maior manifestação ideológica - , e da reificação - que significa literalmente "tornar coisa".

A facilidade da comunicação proporcionada pela internet potencializou, e muito, esta sociedade espetacular. A nossa própria relação com a palavra é imagética. Por consumirmos palavras (o twitter é o maior exemplo disto!) me esforço para realizar um texto curto. Do contrário, sei que não serei lido (e fique tranqüilo que a culpa não é minha e ambém não é sua).

Contudo, há tempos uma indagação me persegue: A apropriação dialética do espetáculo é possível? Utilizar-se da internet, que comunica tão velozmente e sem profundidade, para difundir idéias e aspirações que dizem respeito à construção de um mundo novo, mais justo e humano, é desejável?

Quando olhamos o uso que a enrome maioria das pessoas fazem da internet, as angústias acima se tornam justificáveis. Difícil tarefa numa sociedade que consome aparência e nunca conteúdo. Contudo, chegou a hora de nós, esquerdistas, fazermos a crítica da forma.

Forma e conteúdo não se separam. A boa e velha dialética já nos ensina isso.
A internet enquanto ferramenta, meio de comunicação é “neutra” - numa abstração razoável. São as relações sociais que lhe imprimem um caráter libertário ou conservador. Assim, creio que seguimos os passos de walter benjamin (de quem se ouvirá falar muito por aqui) e sua fé revolucionária no cinema. E tal qual a geração de Benjamin perdeu a batalha do cinema, me parece que estamos perdendo a batalha pela internet.

Batalhas que fazem parte de uma guerra. contra a naturalização do estado de coisas vigentes. É urgente a tarefa de semear o valor da história, pois a única coisa inerente ao ser humano é sua capacidade infinita de transformação. Tais quais nos lembram os levantes árabes, gregos e londrinos, os acampamentos na espanha e em portugal. Também os professores em greve no Rio de Janeiro e em Minas Gerais.

Por fim, vivemos em "tempos interessantes" (Hobsbawm) e escrever é uma das formas através das quais resolvi nele me insierir e posicionar.

Saudações libertárias,





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